Barata,
Ao dar a volta à minha caderneta de voo, constatei que quase 50% dos registos foram na região do Cantanhez.
Ao dar a volta à minha caderneta de voo, constatei que quase 50% dos registos foram na região do Cantanhez.
Durante a minha comissão, iam todos os dias, para Cufar, um heli de apoio, um heli-canhão. Muitas vezes também fazia parte do apoio uma parelha de T6 e uma DO27.
Era a região da Guiné que melhor conhecia do ar, foi nesta região que tive o baptismo de fogo, no rio Cumbijã, e apanhei os maiores sustos. Foi ali que fiz mais operações (com todo tipo de tropa mas principalmente com paraquedistas) .
Falamos muito do Guilege de Guidage ou de Gadamael, mas também se sofreu muito nesta mata, estou-me a lembrar dos aquartelamentos de: Bedanda, Cafal Balanta, Cafine, Cadique, Caboxanque etc..
Também no Cantanhez muita juventude se perdeu para sempre.
Continua a ser um mistério, para mim, como é que ao fim de 35 anos, ainda tenho saudades daqueles tempos daquela terra (cu do mundo) e de voar.
Operação em Cufar: Eu, com o Rui Custódio e o Sold. Cabral encarregue do abastecimento.
Foto de Manuel Lanceiro(Direitos reservados)
Um abraço
Manuel José Lanceiro
VB: Lanceiro,na realidade essas saudades que evocas ao fim de 35 anos são praticamente extensivas a todos nós. Era a nossa juventude aliada à responsabilidade que nos foi incutida ao nos colocarem nas mãos máquinas que tinham valores muito elevados e que teriam que estar operacionais para partirem para as missões levando-nos a bordo,assim como piloto,em que ai os custos eram incalculáveis,eram as nossas vidas.
Saudades...quem as não tem!