sexta-feira, 13 de novembro de 2009

VOO 1282 QUANTOS AERODROMOS DE MANOBRAS HAVIA NA GUINÉ?

FILIPE ABREU
Esp.FAP



Caro Victor Barata,
Envio em anexo para a colecção, a fotografia da praxe da 2ª/72 1ªSec 2ªEsq.

Legenda:Foto da recruta incorporada na 2ª/72,1ªsec.2ªesqª
Foto:Filipe Abreu


Estou a acabar um mapa da Guiné com o dispositivo da Força Aérea durante a Guerra do Ultramar, que depois lhe vou enviar para publicação, após a confirmação dos dados que inscrevo abaixo. Agradeço que me confirme as seguintes unidades da FAP na Guiné, de modo a não omitir ou a incluir a mais alguma delas:
· Base Aérea 12 - Bissalanca
· Aeródromo de Manobra - Bafatá
· Aeródromo de Manobra - Tite
· Aeródromo de Manobra - Bubaque
· BCP12 Bissau ou Bissalanca ?
· Aeródromo de Manobra - Nova Lamego
· Aeródromo de Manobra - Cufar
· Aeródromo de Manobra - Aldeia Formosa

Quanto aos três AM’s a vermelho, tenho encontrado referências (interrogadas) quanto a eles, mas não tenho a certeza se existiram.
Não havia na Guiné AR´s – Aeródromos de Recurso ? E os AM’s não eram numerados ?
Um abraço.
Filipe Abreu

VB; Caro amigo Filipe,quanto ás dúvidas que tens e me pedes a colaboração no sentido de te esclarecer,devo dizer-te o seguinte:-Na Guiné existiam,cerca de 60 locais onde aterravam DO 27 e Hélis,em outras,de menor numero,T6-G e ainda em três ou quatro,os Dakotas e Nord (Cufar,Nova Lamego,Aldeia Formosa,Bubaque). Para mim chamaria Aeródromo de Manobras a pistas como Nova Lamego e Aldeia Formosa,pelo facto de ser habitual o pessoal da FA fazer ai destacamentos de oito dias.Quanto aos outros,chamar-lhe-ei Aeródromos de Apoio às unidades militares sediadas nas respectivas localidades,à excepção de Bubaque,a que classificaria de Aeródromo de...Turismo.
Os Aeródromos de Recurso eram todos,visto ser considerado um local para aterrar de emergência.Não,que eu saiba,apenas a Base Aérea nº12 foi considerada,antes de ter essa designação AM 2.
O BCP nº12 estava instalado em Bissalanca junto à BA 12.
Visto ser a Guiné a província ultramarina mais complexa no quadro da guerra colonial ou ultramarina,conforme queiram, consultei alguns companheiros credivéis com o intuito que a nossa resposta fosse a mais correcta possível.



1- Cor.Pilav.(Ref) Miguel Pessoa:

Caro Victor
Penso que não há muito a dizer sobre o assunto. A maioria das pistas na Guiné era gerida pelo próprio aquartelamento em que estava implantada. Em alguns locais guardavam-se bidons de gasolina para reabastecimento dos DO-27 (e dos AL-III?), mas não sei como se processava a reposição desse combustível. Talvez algum mecânico ligado à área dos combustíveis saiba esclarecer-te melhor.A única pista em que tínhamos um destacamento permanente era Nova Lamego (um AL-III e um DO-27, com piloto e mecânico), mas não havia nenhuma estrutura de apoio às missões da Força Aérea a partir de e para Nova Lamego.Outras pistas em que frequentemente fazíamos destacamentos durante o dia (para apoio às acções das nossas tropas) eram, por exemplo, Aldeia Formosa, Cufar, Teixeira Pinto, Bafatá, Farim. Em algumas delas podiam aterrar os aviões da "pesada".
Vou ter possibilidade de conversar este fim-de-semana com o então Oficial de Operações do GO 1201, o qual certamente poderá dar-me mais alguns esclarecimentos sobre tudo isto.
Do que vier a saber te darei conhecimento em devido tempo.
Um abraço.
Miguel Pessoa




2- Alf.Mil.Pilav.(Disp.) Jorge Félix:

Caro Victor, no tempo em que "andei" pela Guiné 68/69/70, Nova Lamego era o aeródromo maior.Aldeia Formosa seria o seguinte em comprimento.Em ambos aterravam os T6 e lá abasteciam. Os Dakota tb aterravam em ambos.
Se atender-mos que um AM é onde se pode reabastecer uma aeronave que está em operações em território circundante, havia muitos mais onde os T6 abasteciam e eram armados.(Catio,Tite,Teixeira Pinto...)
Os helis, como sabes eram reabastecidos em todos os aeródromos, por tal, poder-se-ao considerar um AM os "espaços" onde isto acontecia ?Não sei se será altruísmo chamar-se aeródromo de manobras, mas que elas eram efectuadas é verdade.
Um abraço
Jorge Félix