terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

VOO 1485 A SAGA CONT.(IV)

Olvídio de Sá
Esp.EABT N'gage
Chaves




Regresso então á minha base do A.B. 3 onde, como é o estado de ser de um bom Especialista, sou recebido de braços abertos, e depois da apresentação da praxe, calcorreando todo o A.B. 3 eis-me na secretaria. Após a apresentação ao Senhor Ajudante ??? este., volta-se para mim com a mão direita aberta e o indicador esticado indicando. Acto contíguo estendo também a minha mão direita e aperto a dele em sinal de despedida, cumprimentando.o, ao que ele corresponde e diz:
- Tem este botão desapertado.
E que grande mal lhe fazia, era o botão que apertava a pala do bolso da camisa, enfim tinha a sua razão e, na Ota não era preciso na revista, dava azo a um reforço de “PRÉMIO”.





Na Esquadrilha de Abastecimentos nesse tempo havia um papagaio. Claro que era o encanto do pessoal militar, que só lhe ensina palavrões. No A.B. 3 trabalhava uma tal Ana Maria e que quando se dirigia à cantina o dito pessoal ensinou o papagaio a assobiar, como era costume na época, ao sexo feminino ao mesmo tempo que se ensinou o papagaio a dizer dá cá a C…. Ora certo dia em que por um acaso passou lá a esposa do Senhor Comandante, de imediato o nosso animal levanta a sua voz, e diz a célebre frase: - Oh Ana Maria dá cá a C,,, O Comandante dos Abastecimentos dava pela alcunha de “chospes” Ora, como não era de todo querido o que é que o nosso papagaio aprendeu? “Oh Chospes dá cá o C. “ Esta cena repetia-se sempre que o Senhor Ten. Pereira era visto pelo pássaro. Conta um senhor 1º Sargento que um dia em que a ave andava passeando pelos abastecimentos, estava empoleirada num ferro fixo, o qual era um resguardo para nós não cairmos. O Senhor Ten. Pereira aproveitando a oportunidade de nós, não sei porquê, não estarmos presentes, queria dar uma ensaboadela ao papagaio e vai para o apanhar só que este, com a pressa ficou agarrado ao ferro mas de cabeça para baixo. Então, o papagaio muito zangado, diz que disse: - “Oh seu c….. querias-me f….?”
Pessoal e sinceramente não o creio pois assim lançava por terra muitas teorias. Esta frase requer pensamento, lógica e raciocínio o que penso não existir nos papagaios, constando-me que apenas repetindo quase tudo o que se lhe ensina sã um animal repetitivo e palrador .
O nosso bichinho de estar preso muito tempo nem sequer voava já e por isso tinha a quilha toda esfolada por causa das suas aterragens. Um dia subiu o portão da Esquadrilha de Abastecimentos com as suas garras e ajudando-se com o bico e, após estar algum tempo não sabendo descer e julgando que ainda conseguia voar, já sem forças para mais, lança-se a baixo, bate então e uma vez mais com a quilha no chão cimentado e deixou-nos. Para grande consternação do pessoal de Abastecimento assim como os de fora que lá passavam e com ele se distraiam com os seus palavrões.


Os meus cumprimentos
Com um grande abraço a todo o “Zé” Especial
O amigo
Olvídio Sá -N´gage- Angola- -Chaves-