quarta-feira, 5 de maio de 2010

VOO 1685 É SEMPRE BOM SABER,PODE SER ÚTIL UM DIA.

Bem-vindos à nossa Base para lhe ensinarmos,na qualidade de passageiro de uma aeronave, como pousar um avião em caso de emergência e incapacidade do comandante.
Recomendamos que imprima este utilíssimo "Breifing" e que guarde num cantinho da carteira,pois pode vir a ser-lhe necessário.
A hospedeira,pergunta através da aparelhagem sonora,se viaja algum piloto de aviões entre os passageiros?
Parece que não... Então você lembra-se do recorte salvador guardado estrategicamente na sua carteira...
Dirige-se para a Ckocpit e encontra o piloto desfalecido.
Bem, a primeira coisa a fazer é retirar a vitima da cadeira e tomar seu lugar aos comandos do aparelho.
Para começar, peça ajuda via rádio (existe um botão no comando o qual pulsado permitirá falar, e, uma vez liberado, escutar). Se alguém responder, certamente que estará capacitada para te dar as instruções necessárias para realizar uma aterragem de emergência. Em caso contrário, você vai ter que dar seus pulos e pousar pelos próprios meios.

Se o voo estava em meio de seu curso, o avião deve estar bastante estável e voando numa linha quase recta, pelo qual tomaremos um momento para identificar os instrumentos que temos ao nosso redor:


O comando (Yoke): basicamente, deverá estar na sua frente e deve ser controlado muito, mas muito, suavemente. Movimentos para a direita ou esquerda provocarão a inclinação horizontal da aeronave e se empurrado para diante ou puxado para trás (movimentos suaves, lembre-se) provocará a elevação ou a descida do bico do avião. Sabendo disso procure manter o bico da aeronave a uns sete centímetros da linha do horizonte.

Altímetro (Altimeter): o instrumento mais importante, ou ao menos a princípio. É o instrumento vermelho situado no meio do painel que indica a altitude: a agulha pequena indica em milhares de pés sobre o nível do mar, e a agulha maior, em centenas.

Nivelador (Heading): É uma bússola com uma imagem de um avião no centro que nos dá uma posição relativa do bico ao eixo horizontal e vertical cartesiano.

Velocímetro (Airspeed): é o instrumento situado na parte superior esquerdo do painel, e indica, em nós ou milhas por hora, a velocidade de cruzeiro. Um avião pequeno costuma voar a aproximadamente 120 nós, e tudo o que se encontre abaixo de 70 nós... bau bau... vai pra chão.

Acelerador (Throttle): controla a velocidade da aeronave, e também a inclinação do bico sobre o horizonte. É uma alavanca sempre escura situada entre os dois assentos da cabine. Puxando para trás fará com que o avião desacelere e consequentemente desça, ao contrário, empurrando para frente fará com que o avião acelere e suba.
O motor fará mais ou menos ruído segundo a posição do acelerador.

Combustível (Fuel): O nível de combustível estará indicado em outro instrumento, na parte inferior do painel de instrumentos. Se o piloto respeitou as normas da FAA, o avião terá combustível suficiente para realizar o voo programado mais uma quantidade adicional de reserva que permitirá uma margem de meia hora com respeito ao estipulado.

Aerofólios (flaps): Dada sua complexidade, os flaps das asas podem fazer com que a aterragem seja, inclusive, mais complicada. Melhor utilizar somente o acelerador para controlar a descida e esquecer os Flaps.

Bem, parece que agora conhecemos mais ou menos o que nos rodeia. Então vamos colocar este avião no chão. Para começar, olhe a beleza no horizonte, feche os olhos e diga em alto e bom som: - "Ave Maria, cheia de..."
Puxe suavemente o acelerador para trás até um quarto da velocidade inicial para desacelerar a aeronave, o suficiente para colocá-la na posição correta para aterrar (dez centímetros abaixo da linha do horizonte).
Se o avião tiver trem de pouso fixo, não necessitaremos nos preocupar em baixá-lo. Do contrário, temos que localizar um interruptor próximo ao acelerador entre os dois assentos para baixar o mesmo. Se a coisa estiver feia e tiver que pousar na água, deixá-lo ai mesmo.
Se você não consegue encontrar o aeroporto, procure um lugar plano, tipo um campo ou similar com um quilometro ou mais de comprimento seria ideal, ainda que na prática identificar uma área assim é bastante difícil, quase impossível. Na falta, de zonas arborizadas são uma boa opção. Neste caso use as asas contra as árvores para reduzir drasticamente a velocidade de aterragem.
Ok, voltamos à aterragem, uma vez localizado o lugar a aterrar e quando o avião estiver a uns 1000 pés de altura puxe o acelerador para diminuir a velocidade e deixar que o bico desça um pouco, ainda que não mais que 15 centímetros em relação ao horizonte.

O avião deverá estar a uns 100 pés de altura quando estivermos bem próximos a pista de aterragem, o contacto com o solo deverá ser efectuado em primeiro lugar com as rodas traseiras do trem de aterragem. A velocidade do avião ideal na tomada de terra deverá ser de 55-65 milhas por hora.
Dada esta situação de proximidade à pista de aterragem, puxe tudo o que pode do acelerador para diminuir a velocidade mas tendo cuidado de forma que o bico não descaia de uma forma muito abrupta e choque contra o solo.
Contacto! Hora de usar os pedais e esquecer do comando (em terra, possui um efeito quase nulo). Os pedais superiores são os freios, e os inferiores controlam a direcção das rodas. Em primeiro lugar, nos preocuparemos de manter a direcção da aeronave com os pedais inferiores e somente depois nos preocuparemos em usar o travão para reduzir a velocidade em terra.
Se você tiver a sorte do avião parar, saia correndo como um louco e se afaste dele o quanto antes. Crianças e mulheres primeiro?!... Esta coisa do piloto sair por último é coisa de filme e você nem é piloto!?... O comandante ainda está na cabine, lembra?
Bem, se passou por tudo isso e ainda está vivo, neste momento você deve estar dando entrevistas para tudo quanto é meio de comunicação como um grande herói, portanto não se esqueça de dizer que foram os ESPECIALISTAS da BA 12 que lhe proporcionou tudo isto.