sexta-feira, 25 de junho de 2010
VOO1800 A NOSSA BANDEIRA (II)
Victor Sotero
SargºMor EABT
Damaia
Meu Comandante:
As minhas saudações ao "Comando" e a todos os "Zés" que por aqui nos acompanham.
Eu, já vi a nossa Bandeira, Símbolo Nacional, ser espézinhada, incendiada e até mesmo, servindo de toalha de mesa.
Já vi também ser arriada e logo de seguida sacudida como se se tratasse de um "trapo" qualquer.
Hoje, dia 22 de Junho, terminado o jogo de futebol que foi transmitido pela R.T.P., depois de ter visto o nosso Símbolo como se de roupa se tratasse vestido por algumas pessoas, reparo que os dois apresentadores do programa FORÇA PORTUGAL, estão sentados, tendo na sua frente, uma mesa redonda, servindo de toalha a nossa Bandeira Nacional, tendo para não "voar" cinco pedras de calçada, para além de copos de água.
Está a fazer três anos que numa aldeia do Ribatejo, assisti a uma situação que para mim, é de vergonha.
Dava-se início à cerimónia de "abertura" às festas em honra de Nossa Senhora do....
Era de tarde.
Com toda a edilidade presente, uma fanfarra de bombeiros, tocava o outro Símbolo, o nosso Hino Nacional, enquanto a nossa Bandeira ia sendo içada até ao cimo de um altíssimo tronco de um eucalipto.
As pessoas da aldeia, homens e mulheres que assistiam a tão honroso acto, emocionados, davam a melhor atenção, tomando a atitude mais correcta e mais venerável.
Um pouco afastados, três militares da G.N.R..
Um Primeiro Sargento, um Primeiro Cabo e um Soldado.
Apesar de se deslocarem num jeep, usavam botas de cano alto com esporas.
Encontravam-se junto a uma parede de uma casa na maior das descontracções, enquanto se ia ouvindo o Hino Nacional.
O nosso Cabo até brincava com o bivaque.
Nenhum destes militares se virou sequer para o lugar onde a nossa Bandeira estava a ser hasteada.
Eu, que no AB3-Negage, quase todos os dias ouvia tocar o Hino no hastear da Bandeira, que as pessoas paravam os carros e faziam a respectiva continência, quem ia apeado parava e tomava a mesma atitude, deu-me vontade de ir ter com estes "senhores" e perguntar-lhes onde estava o sentimento e o respeito pela Pátria. Não teriam feito a recruta?
Não, não fui porque estava acompanhado pela minha mulher e não me deixou ir para não arranjar problemas.
Tive também vergonha de passados cerca de dois meses ter voltado a esta aldeia e ainda "VER" no pau de sebo que serviu de mastro, a nossa Bandeira já feita em "farrapos".
O nosso Símbolo é muito mal venerado.
Os nossos SÍMBOLOS NACIONAIS, que a Constituição da República consagra, merecem dos cidadãos manifestações de respeito e de orgulho e devem ser objecto das maiores honras e veneração.
Meu Comandante:
Fico-me por aqui, saudando o "Comando", a "Linha da Frente" e os "Zés" que nos visitam.
Até breve
Sotero
Voos de Ligação:
Voo 1796 A Nossa Bandeira - Victor Sotero