terça-feira, 6 de julho de 2010

Voo 1814 MINAS DE MAVOIO





Olvidio Sá
Esp.EABT
Chaves


Minas do Mavoio

(SAGA IX)

Certa vez , ainda em Maquela do Zombo, um dia qualquer da semana à tarde,sou convidado pelo Sarg. da messe para ir visitar um quartel do exército, ao mesmo tempo que podia ainda, ver aquilo que se dizia na época (não sei se com fundamento) serem as maiores jazidas de cobre do mundo.
Já nos aguardavam pois o meu companheiro lhes anunciara a presença de mais outro, da F.A. Furriel Miliciano de Chaves, trajando ambos civilmente. Logo que lá chegámos fomos convidados para uma “taina” que consistia em comer assado um “burro do mato” o qual fora caçado na noite anterior. Porém, como não fomos só para comer fomos de visita ao quartel e uma das coisas que me chocou bastante foi ver uma senhora, branca, que com receio de perder o marido, o Sr. Alferes Milº que comandava o quartel, o seguira e vivia neste desterro cujo crime era o de amar o marido.
Antes que o assado estivesse pronto brindaram-nos com um desafio de futebol, com a particularidade de em ambas as partes laterais do campo de futebol, enquanto jogavam, os respectivos protagonistas depositaram a sua G-3 depois de municiada, ao mesmo tempo que, a quase totalidade dos assistentes, vigiava a mata próxima devidamente armados com a sua G-3 . Era todo este aparato em tempo bélico para nos impressionar dizendo-nos que estavam bem defendidos e que sabiam muito bem defender os seus convidados? Nunca o saberemos uma vez que não conheço ninguém deste aquartelamento, nunca mais lá fui, não sei para que lado de Maquela fica.
Outro facto que despertou em mim a curiosidade foi um engenho que fora feito no leito do pequeno regato que, segundo o relato de alguns soldados, em tempos não muito afastados produzira gelo. Estávamos então em frente de uma rudimentar máquina de solidificação da água. O autor ou autores deste mecanismo nada se sabe dele ou deles, sabemos que quando vieram para cá os militares em questão, já cá estava assim como hoje se encontra o formidável aparelho, cumprindo os nossos soldados o dever de entregá-lo como eles o receberam.

Um braço para todos os companheiros “Zés”

Aquele tão especial quanto estes do:

Olvídio

Especial Eabt 1ª de 66

N´gage Angola (De 13/05/ 67 a Março de 74