quarta-feira, 6 de abril de 2011

Voo 2232 O 10 DE JUNHO E O POSSÍVEL DESFILE DOS EX-COMBATENTES.



António M.Matos
Ten.Gen.Pilav
Lisboa



Caros amigos
Em vista ao interesse demonstrado por muitos de vós para “participarem” no 10 Junho, num desfile junto ao Monumento em Belém, justa homenagem aos camaradas aí referenciados, ficou-me no entanto o receio que, com o programa da cerimónia eventualmente já delineado, exigiria a anuência dos organizadores e um ou outro acerto.
No sentido de tentar solucionar eventuais problemas, esta segunda-feira entrei em contacto com a Comissão Executiva do Encontro Nacional de Combatentes (CPHM) através do Sr. Coronel Morais Pequeno e hoje, 5 Abril, com o Presidente e responsável máximo pela cerimónia, o Sr. Tenente General Piloto Aviador Vizela Cardoso.
Ambos me confirmaram que o programa já está definido (já estava, é o mesmo desde 2008), sendo o seguinte:

10H15 Missa no Mosteiro dos Jerónimos;

11H30 Concentração junto ao Monumento;

12H00 Discurso alusivo por orador convidado;

12H10 Cerimónia inter-religiosa (católica e muçulmana);

12H20 Homenagem aos mortos e deposição de flores;

12H40 Hino Nacional (salva por navio da Marinha Portuguesa)

12H45 Sobrevoo por aeronaves da Força Aérea;

12H50 Passagem final pelas lápides;

13H10 Salto de Pára-quedistas;

13H15 Almoço convivio (pode ser adquirido nos local).

A “Passagem final pelas lápides” tem o seguinte descritivo:

Finda a passagem dos aviões da Força Aérea, inicia-se o movimento dos Guiões que, por ordem de antiguidade, passarão à frente do Monumento e farão uma passagem de homenagem e despedida pelas lápides, no sentido directo (contrário ao dos ponteiros do relógio). Quando houver acompanhantes dos Guiões, estes juntar-se-ão no início da passagem pelas lápides. Guiões e acompanhantes igualmente completam a passagem pelas lápides, saindo, no final, para o lado da Torre de Belém.
Logo atrás dos Guiões, o Presidente convida os Convidados de Honra para passarem à frente do Monumento e fazerem o mesmo percurso, voltando ao local de partida.
Logo após será a vez do público em geral, o qual terá também oportunidade para depor as suas flores e passar, em recolhimento, pelas lápides, seguindo o mesmo trajecto dos guiões. No final saem em frente para verem o salto dos pára-quedistas ou para almoçar.
Todos estes movimentos são anunciados pelo locutor.
Mais uma vez se realça o solene cerimonial desta passagem e para o atavio que todos devem usar na circunstância.

Em vista do programa acima referido a minha solicitação era tão só a substituição da “Passagem final pelas lápides”, pelo “Desfile”, o resto do programa mantinha-se inalterado.
Sem pretender fazer juízos de valor sobre o significado de, numa cerimónia militar, se comparar um “Desfile” versus uma “Passagem pelas lápides”, (o que quer que isso signifique) entendia e entendo que a cerimónia seria altamente prestigiada com o desfile dos Guiões seguido pelos vários pelotões de combatentes.
E, na minha ingenuidade, julgava eu que a hipótese de haver um número significativo de “marchantes”, fosse aceite pelos responsáveis de braços abertos.
Pura ilusão.
A minha (nossa) pretensão foi recusada.
Ainda consegui rebater a maior parte dos argumentos que me foram apresentados para justificar a recusa do desfile, que, por decoro, me dispenso de vos enumerar.
O argumento que não consegui ultrapassar foi o de:

“Já está tudo planeado e como tal não se pode alterar”

Quero terminar penitenciando-me por vos ter incutido infundadas esperanças que este ano íamos ter uma cerimónia diferente.
Os portugueses são assim, parcos em ideias mas com o copy-paste a funcionar na perfeição.
O meu 10 de Junho termina aqui.

Abraços

AMM