terça-feira, 21 de abril de 2009

VOO 917 O DESCONHECIMENTO LEVA-NOS AO ERRO. É BONITO RECONHECER.




Luis Santos
1ºCbº.Enfº. Tete
Cacém


Amigo Barata:
Ao abrir o Blog, deparei com um reparo, que com muita razão, tem a força de o ser.
Pois o nosso camarada Joaquim Maurício, corrigiu, o que parece ser o mais aceitável, no que reporto no Post 831 do Luís Santos

“Posso até citar um caso, que se passou em TETE, quando a uma determinada altura, num voo, de DO, em que o Mecânico de bordo, de Alcunha o Negro, meu colega, ajudou o piloto, numa situação de emergência, quando o motor, parou subitamente, e a aeronave entrou em perda, ele, muito rapidamente, ligou os magnetos, e de imediato, deu a ignição, e o motor, se pôs em marcha, porque, já estavam muito próximos das copas das árvores.”


Por desconhecimento. porque a minha especialidade não era a de MMA, ou MELEC mas sim a de enfermeiro, e quem sou eu para discutir tais materiais, a que não tinha acesso, e nem eram obrigatórias eu saber.
Acontece, e para que não restem duvidas, á data dos acontecimentos, já lá vão cerca do 40 anos, e quando, vou ás minhas memórias do meu disco rígido, já muito cansado, vou encontrando, esta passagem, aquela e outra, que poderão estar até desfasadas no tempo, disso não tenho duvidas. Se pudesse-mos trocar de disco, seria óptimo, mas assim, teremos que conviver com o que temos até que a maquina pare de vez.
É possível até que tenha percebido, as coisas ao contrário, mas penso, que foi o que ouvi do meu colega Negro, na altura. Se desligaram o motor em voo, ou não, não sei porque não estava presente, na altura dos acontecimentos, e nem sabia de tais procedimentos, para se por um motor de avião em marcha.
O meu local era a enfermaria, onde tinha sempre muito que fazer, desde, fazer pedidos aos serviços de Saúde de L. Marques, requisitando medicamentos, marcações de consultas, dar assistência aos médicos, e o serviço de enfermaria, assistência a doentes, pensos, e todo o trabalho de enfermaria, por vezes ter de me deslocar para fazer evacuações a TETE civil (Aeródromo) levar doentes, através de Helli, ou Do27, e quando os casos não eram de cuidados, ia de ambulância, Tete, ficava a 7 km, na zona do Chingosi, na outra margem do rio Zambeze, mais conhecido por Matundo.
Não sabia da parte de que os magnetos estariam sempre ligados, porque isso, me transcende por completo, não era essa minha área.
A minha área, era a de tratar de doentes, dar-lhes as vacinas, e proporcionar-lhes o conforto possível, dos seus corpos, quando estavam doentes, ministrando-lhes, medicamentos, receitados por os médicos da unidade, e dar-lhes um pouco de conforto psicológico, quando, a moral, estava em baixo, tentando na medida do possível, para que pudessem superar, as saudades dos seus entes queridos que tinham deixado em Portugal.
Uma das vezes que fui dar vacinas da cólera, a Mutarara, até fiquei surpreendido, porque julgava que ia de DO27, e qual não foi o meu espanto, fui de T6, com o Furriel Paixão, tive que vestir o paraquedas, de assento, até gostei da experiência.
O Furriel paixão, mais tarde viria a falecer, em frente á cidade de TETE, num desastre, tendo este caído no rio Zambeze, com a DO27, tinha ido fazer uma evacuação, a TETE Civil, e no regresso, na ascensão um dos cilindros do motor, explodiu, e acabou por ir cair no rio, foi encontrado no outro dia, pelo Capitão PilAv. Silvestre.
Se errei, foi por desconhecimento total, que desde já agradeço ao Joaquim Maurício, o seu reparo, e a parte pedagógica, que mostrou mais abaixo, como era que os mesmos funcionavam, e assim se desfez equívocos.

Um abraço para todos,

Luís Santos Ex-1º Cabo Enfº AB7 TETE

Voos Relacionados:
831 Se eu acredito sou enganado – Luís Santos
914 Apresentação do Joaquim Maurício

VB:Olha Luís,uma das grandes virtudes desta família,é a humildade.
Mais uma vez a colocaste em pratica com este teu pedido de desculpa,pelo equivoco,ao Maurício,assim como ele sentiu que te devia fazer sentir o devido esclarecimento para que o verdade fosse reposta.