Victor Sotero Cavaleiro
Esp.EABT
Damaia
Meu Comandante:
As minhas saudações aeronáuticas a toda a magnifica Linha da Frente´
Permita-me meu Comandante que interrompa as minhas memórias e me junte também, ao que sei, sobre os Super Constellation.....é que ele ou eles, também passaram pelo A.B.3-Negage.
Num certo dia do ano de 1969, a Unidade entrou de prevenção.
Por ordem do Comandante, Ten. Cor. Pilav. Oliveira Belo, ninguém poderia, após a sessão de trabalho da parte da tarde, deslocar-se para os lados da placa destinada a aviões.
Apenas se sabia que durante a noite chegaria um avião com diverso material. O "ZÉ Especial" de Abastecimento Barbosa, exímio manobrador do monta-cargas e mais alguns P.A.s estavam autorizados para esperar o "tal avião", que seria de noite.
A altas horas, começou a ouvir-se muito longe, os motores de um avião. Saímos para a rua e lá ficámos a observar o "tal avião". Voava bastante alto em redor do A.B.3.
Para o lado da linha da frente, ninguém passava.
Porquê tanto secretismo?
Passou muito tempo até que o "tal avião" aterrou.
Era, nem mais nem menos que uma aeronave C-130. (Americano?)Após ter sido descarregado em pouco tempo, ainda noite, motores em marcha e aí vai ele de novo.
O carregamento que deixou, eram muitas caixas de madeira pintadas de verde escuro com uma cruz vermelha e creio que por fora tinha escrito "medicamentos" (não tenho a certeza).
Todos os cunhetes de madeira foram então guardados num hangar que servia de inspecção aos T-6, DO-27 e Austers.
Aquando da arrumação em pilhas dos cunhetes, alguns tombaram ao chão e rebentaram.
-Quais medicamentos! Era armamento (espingardas). que depois começaram a ser levados pelos então Super Constellation.
Pelo menos, por umas três vezes, um ou dois Super Constellation carregaram cunhetes.
Ainda cheguei a ver um S.C. que depois de carregado avariou e lá ficou esperando algum tempo até chegar material, que depois foi reparado pelos nossos "ZÉS" da linha da frente.
A páginas tantas, até pensávamos que já não sairia do A.B.3, tal era a quantidade de óleo que derramava dos motores e do mau aspecto que o avião tinha.
Dizia-se que a tripulação era Sul Africana, pois só falavam Inglês. No entanto também se dizia que na mesma havia um português (não sei se era verdade)
Mais tarde é que se começou a saber que Portugal ajudava "clandestinamente" a guerra do BIAFRA.... e o "ZÉ especial" de ABST Barbosa sabia de tudo.
Meu Comandante:
As minhas mais cordiais saudações aeronáuticas para toda a linha da frente e não só.
Voos de Ligação:
VOO 1504 A MINHA RESPOSTA AO SIX.